Suzanny de Araujo Ramos
Walnice Vilalva

Os estudos sobre margens e fronteiras ganharam espaço nas discussões propostas pelos Estudos Culturais mais recentes. Pensar esses conceitos pressupõe uma concepção de espaço, em um jogo ideológico e em uma dimensão política, em que vigoram valores simbólicos tensos e conflitantes, como ressalta Homi Bhabha, em O local da cultura (2010).

A noção de margem é contextual e está construída a partir do afastamento que estabelece em relação ao Centro, ao mesmo tempo em que se coloca como lugar alternativo e de significação plural. Duas terminologias, dois espaços simbólicos dialéticos de representação fronteiriça da cultura. No tocante à literatura, esses espaços dialéticos compreendem-se a partir do cânone, legitimando uma história da leitura, entrecortada por fenômenos histórico, econômico e político. Assim também a margem procura legitimar seu poder de expressão, a partir do lugar despriorizado e silenciado que ocupa, em relação ao cânone, ao centro. Este, por sua vez, configura-se como lugar que possui posição privilegiada, já que dele procede todas as manifestações de poder; é, por excelência, o lugar referencial.

O cânone está presente em todos os campos da cultura. Elaborado a partir de um modelo estético pré-estabelecido, pode ser considerado como uma história da leitura, pois arca uma tradição e uma hegemonia, compreendendo um determinado grupo que, se pensado culturalmente, é dominante. Possui uma posição privilegiada e centralizada. Em termos literários, o cânone seleciona determinados autores, cujas obras são dotadas de valor estético. Ao estabelecer a inclusão, legitimando uma história da leitura, o cânone marginaliza, ao mesmo tempo, produções não reconhecidas pela crítica ou pelo grupo cultural que o compõe.

Ao atentarmos para a centralidade do cânone, estamos consequentemente nos remetendo ao contexto nacional, ao fenômeno de homogeneização sofrido pela literatura instituída como brasileira. Na contramão desse processo, a literatura marginal surge como o mapa de exclusão, assumida em grande medida pelo discurso regionalista de reivindicação, aqui representado pelo Estado de Mato Grosso.

Neste sentido, nos deparamos com a seguinte indagação: porque as historiografias delimitam uma condição literária que é, ao mesmo tempo, margem em relação ao centro e periférica em relação ao cânone Esta questão, posta dessa maneira, nos reporta à necessidade de delimitar e legitimar um sistema, uma produção, que algumas pesquisas historiográficas delimitam no recorte estadual.

Na tentativa de estabelecer uma unidade que atue na afirmação da literatura brasileira, o fenômeno da crítica literária se traduziu em diferentes historiografias e, consequentemente, em diferentes regiões periféricas do Brasil. Segundo Candido (1980, p.139), Se não existe literatura paulista, gaúcha ou pernambucana, há sem dúvida uma literatura brasileira manifestando-se de modo diferente nos diferentes Estados.

As historiografias locais começaram a surgir em 1908 e, com elas, ocorre a mudança do adjetivo brasileira ou nacional, pela mato-grossense, baiana, sergipana, dentre outras. Este fenômeno historiográfico rompe o discurso de unidade e homogeneidade proposto pelo cânone, e anuncia perspectiva do discurso da margem, da subalternidade. Nesse contexto um novo volume de obras e autores é apresentado numa perspectiva diacrônica. Essa seleção e avaliação propõem outra periodização, uma periodização exclusiva do sistema literário local. As historiografias regionais propõem um cânone menor, um cânone da margem, ao trazer uma sistematização do discurso e da produção literária regional.

Antonio Candido leva-nos a ponderar sobre a existência apenas de manifestações literárias em Mato Grosso. Entretanto, essa afirmativa parece ser limitada e insuficiente para dar conta da complexidade dos movimentos literários em regiões periféricas brasileiras. Ainda é insuficiente a pesquisa sobre a história do leitor e da leitura em Mato Grosso, sobretudo a leitura voltada para a literatura. Há, inegavelmente, espaços destinados à produção literária em prosa e verso nos diferentes periódicos no início do século XX e isso é sintoma da formação de um público leitor e da popularização da literatura. Em Mato Grosso temos, de um lado, o primeiro leitor (quase sempre também escritor) autor da resenha e do comentário (quase sempre breve) publicado sobre uma obra (poema ou romance); de outro, a possibilidade de diferentes leitores, leitores anônimos que acessavam os periódicos da época. A primeira face do leitor era constituída por grupo de escritores e amigos também escritores, que faziam parte da sociedade literária do Estado e que tinham acesso direto às obras. A escassez de gráficas e editoras dificultou a publicação de obras literárias; questão que é problematizada com relevância por Rubens de Mendonça.

Alfredo Bosi, em História concisa da Literatura Brasileira (1994), também tece considerações sobre o conceito de sistema literário. Ao falar sobre as origens da nossa literatura, o autor acredita ser pertinente partir de um complexo colonial de vida e de pensamento. Em seu texto, Bosi atenta para o fato de que é relevante citar determinados dados desse complexo e, por isso, alude ao fato de que nos primeiros séculos foram formadas as chamadas ilhas sociais – Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo – pelos ciclos de ocupação e de exploração, e que proporcionaram à colônia uma fisionomia do que o autor chama de arquipélago cultural. Em decorrência disso, ocorreram dois processos no Brasil: 1) a sua dispersão em diferentes subsistemas regionais, 2) e as influências da Europa, seguidas de diversas manifestações literárias e artísticas . Neste sentido, ao colocarmo-nos em um lugar definido – que é o Estado de Mato Grosso - torna-se pertinente a seguinte indagação: como Mato Grosso (re)elaborou os processos de formação da literatura brasileira Se pensarmos nos séculos XIX e XX, percebemos que estes se constituíram como períodos de definição e consolidação da atividade literária no Estado.

As confluências estéticas estão presentes em todo o percurso de atividade literária mato-grossense, desde suas origens até o advento do movimento modernista.

Este momento de transição fez-se presente não só na literatura produzida em Mato Grosso, mas também na literatura brasileira, sendo uma característica própria do século XIX. Para Afrânio Coutinho (1995, p.207-208), Esse entrecruzamento de correntes estéticas constitui a dinâmica do século XIX em seu último quartel. Este período, portanto, deve ser analisado não como exclusividade de um fenômeno estético em Mato Grosso e, muito menos, como fenômeno diacrônico sinônimo de um perverso atraso.

A geração de Rubens de Mendonça empenhou-se no processo de formação da literatura, procurando agregar vozes sonantes com intuito de fomentar novos rumos à literatura. A história da Literatura mato-grossense em sua notável contribuição, imprime uma memória literária e histórica, que desde a fundação em 1919 do Instituto Histórico de Mato Grosso, e, com a inauguração do Centro Matogrossense de Letras, era almejada. Há, com isso, uma maior atenção da imprensa com relação às produções dos autores e, se no século XIX a sociedade mato-grossense estava estritamente ligada à atividade teatral, - conforme postula Hilda Gomes Dutra Magalhães ( 2001) - no primeiro decênio do século XX, a atenção volta-se para outras formas e atividades literárias.

Ao primar pela busca de uma identidade da literatura produzida no Estado, Rubens de Mendonça fez a seleção de diversos autores e suas respectivas obras, além de estabelecer apreciação crítica. Utilizando a terminologia mato-grossense, Mendonça procurou, desde 1935, por um lugar definido para esta literatura e, a partir desse lugar, firmar a identidade literária de Mato Grosso. O panorama diacrônico de sua historiografia realiza um apanhado de escritores, com o levantamento de dados biográficos e seleção de fragmentos de textos ora literários ora históricos. Dessa forma, podemos afirmar que esta linha de reflexão implica reconhecer um método que prima menos pelo julgamento estético dos textos e mais para a formação e registro de obras e a inserção de um cenário literário no Estado.

O sistema literário de Mato Grosso, no século XIX e os primeiros setenta anos do século XX, foi organizado por Rubens de Mendonça, inicialmente, pela sua primeira antologia clássica sobre a poesia mato-grossense, Poetas Borôros, concluída em 1941, mas sendo publicada somente em 1942. A antologia é resultado de um trabalho minucioso e demonstra a preocupação de Mendonça em compilar o maior número possível de autores e obras. Ao ressaltar diversos nomes da literatura matogrossense, Mendonça percorre diferentes caminhos desta literatura, estabelecendo um panorama das produções e dos poetas que produziram em meio às dificuldades.

Prefaciada por José de Mesquita, a antologia inicia-se com a citação do poeta José Zeferino Monteiro de Mendonça, considerado pelo autor como o primeiro poeta de Mato Grosso. Apesar de citar o poema Soneto, Mendonça considera-o imperfeito; no entanto, afirma que é relevante registrá-lo pelo seu valor histórico. A antologia percorre diversos momentos da produção em Mato Grosso, chegando ao século XX.

Como resultado de pesquisa, a sua antologia constitui um compêndio de valor inestimável para se compreender o percurso das produções mato-grossenses no que concerne a uma perspectiva diacrônica desde o Brasil colônia até os anos setenta do século XX.

séculos XIX e XX, percebemos que estes se constituíram como períodos de definição e consolidação da atividade literária no Estado.

As confluências estéticas estão presentes em todo o percurso de atividade literária mato-grossense, desde suas origens até o advento do movimento modernista.

Este momento de transição fez-se presente não só na literatura produzida em Mato Grosso, mas também na literatura brasileira, sendo uma característica própria do século XIX. Para Afrânio Coutinho (1995, p.207-208), Esse entrecruzamento de correntes estéticas constitui a dinâmica do século XIX em seu último quartel. Este período, portanto, deve ser analisado não como exclusividade de um fenômeno estético em Mato Grosso e, muito menos, como fenômeno diacrônico sinônimo de um perverso atraso.

A geração de Rubens de Mendonça empenhou-se no processo de formação da literatura, procurando agregar vozes sonantes com intuito de fomentar novos rumos à literatura. A história da Literatura mato-grossense em sua notável contribuição, imprime uma memória literária e histórica, que desde a fundação em 1919 do Instituto Histórico de Mato Grosso, e, com a inauguração do Centro Matogrossense de Letras, era almejada. Há, com isso, uma maior atenção da imprensa com relação às produções dos autores e, se no século XIX a sociedade mato-grossense estava estritamente ligada à atividade teatral, - conforme postula Hilda Gomes Dutra Magalhães ( 2001) - no primeiro decênio do século XX, a atenção volta-se para outras formas e atividades literárias.

Ao primar pela busca de uma identidade da literatura produzida no Estado, Rubens de Mendonça fez a seleção de diversos autores e suas respectivas obras, além de estabelecer apreciação crítica. Utilizando a terminologia mato-grossense, Mendonça procurou, desde 1935, por um lugar definido para esta literatura e, a partir desse lugar, firmar a identidade literária de Mato Grosso. O panorama diacrônico de sua historiografia realiza um apanhado de escritores, com o levantamento de dados biográficos e seleção de fragmentos de textos ora literários ora históricos. Dessa forma, podemos afirmar que esta linha de reflexão implica reconhecer um método que prima menos pelo julgamento estético dos textos e mais para a formação e registro de obras e a inserção de um cenário literário no Estado.

O sistema literário de Mato Grosso, no século XIX e os primeiros setenta anos do século XX, foi organizado por Rubens de Mendonça, inicialmente, pela sua primeira antologia clássica sobre a poesia mato-grossense, Poetas Borôros, concluída em 1941, mas sendo publicada somente em 1942. A antologia é resultado de um trabalho minucioso e demonstra a preocupação de Mendonça em compilar o maior número possível de autores e obras. Ao ressaltar diversos nomes da literatura matogrossense, Mendonça percorre diferentes caminhos desta literatura, estabelecendo um panorama das produções e dos poetas que produziram em meio às dificuldades.

Prefaciada por José de Mesquita, a antologia inicia-se com a citação do poeta José Zeferino Monteiro de Mendonça, considerado pelo autor como o primeiro poeta de Mato Grosso. Apesar de citar o poema Soneto, Mendonça considera-o imperfeito;

no entanto, afirma que é relevante registrá-lo pelo seu valor histórico. A antologia percorre diversos momentos da produção em Mato Grosso, chegando ao século XX.

Como resultado de pesquisa, a sua antologia constitui um compêndio de valor inestimável para se compreender o percurso das produções mato-grossenses no que concerne a uma perspectiva diacrônica desde o Brasil colônia até os anos setenta do século XX. Rubens de Mendonça ministrou a conferência Aspectos da Literatura de Mato Grosso em 23 de maio de 1937 na primeira Hora Literária do Grêmio Álvares de Azevedo, publicada, posteriormente, na Revista da Academia Mato-grossense de Letras (1938, p.153-157), e na Revista Alere (2009, p.101-108). Esta conferência é de suma importância para as letras do Estado, já que atua como embrião da historiografia literária, organizada posteriormente pelo autor; e, por ser ainda, o primeiro documento em que a terminologia literatura mato-grossense é cunhada. Em suas palavras, o autor alude ao fato de que muitos por ignorância ou até mesmo por malícia, ocultavam ou desmereciam as produções de Mato Grosso e, por puro desconhecimento de vários poetas, alguns chegavam a afirmar que no Estado não se cultivavam as letras.

Na historiografia A História da Literatura Mato-grossense, publicada em 1970 e reeditada em 2005, pelo projeto Difusão da Literatura mato-grossense, coordenado por Walnice Vilalva, Rubens de Mendonça apresenta a atividade literária em Mato Grosso. O que se propõe, conforme o autor, é um panorama literário do Estado, pelo mapeamento das obras e a sistematização de produção. Percebemos o intuito do crítico em reunir em um só documento produções que, após serem conhecidas por um grupo restrito da Academia, poderiam ficar indisponíveis para as gerações posteriores.

O livro inicia-se com as primeiras manifestações literárias na capital de Mato Grosso, passando pelas expedições científicas para, assim, adentrar por diversos escritores, de diferentes estilos de época, tanto prosadores quanto poetas. Consiste, portanto, em um documento de caráter regional que prioriza o cânone mínimo, em que o crítico apresenta algumas considerações sobre a vida e obra dos poetas por ele citados. Percebemos que há alguns escritores que recebem uma atenção maior de Mendonça, enquanto que em relação a outros, o comentário é bem sucinto. Sua crítica é direta. Ao referir-se à poética de Antônio Gonçalves de Carvalho, afirma que Para a época, foi um bom poeta (MENDONÇA, 2005, p.41). Quanto ao poeta Jair Gomes, Mendonça transcreve um soneto que eloqüente, formado de palavras retumbantes, não passa de um bestialógico sem pé nem cabeça (2005, p.166). Após a citação de um poema de Tertuliano Amarilha, o crítico afirma Todos os seus versos são assim não há melhor (MENDONÇA, 2005, p.192). Sem dúvida, mais do que um importante documento memorialístico, portanto, patrimônio da literatura mato-grossense, a fina ironia de Mendonça, presente em sua crítica, confere singularidade à sua obra.

A adjetivação mato-grossense e brasileira corrobora a distância existente entre dois sistemas, entre dois lugares de significação: margem e centro, regional e nacional. O conflito anunciado aqui, é mais um fenômeno da cultura, que pressupõe um lugar geográfico, e, um lugar da identidade. E como pensar a arte fora desses patamares Como pensar a literatura fora dos horizontes que historicamente a determinam e a circunscrevem O certo é que as obras se articulam no tempo, de modo a se poder discernir, segundo Antonio Candido (2000, p.29), numa certa determinação na maneira porque são produzidas e incorporadas ao patrimônio de uma civilização. Há, portanto, um sentido do contexto cultural e um sentido que advém da integridade estética da obra.

A formação do cânone brasileiro é tributário da História, e criou mecanismos ideológicos que forjaram a identidade nacional. Eis a dádiva de uma literatura empenhada. O processo de formação da literatura brasileira concebe, concomitantemente, o processo de afirmação de uma identidade Nacional, processo histórico-social, recriados pela arte. Eis o processo de homogeneização. Muitas vezes o problema, a desordem que compromete a sedimentação dessa identidade nacional será re-significada na literatura e o desajuste (histórico) não é encarado como vexame, e sim como otimismo – aí a novidade – como indício de inocência nacional e da possibilidade de um rumo histórico alternativo. É nessa direção que caminha a interpretação de Roberto Schwarz (1987) em Que horas são_. A terminologia local distante de exprimir apenas a peculiaridade de um lugar ou uma região foi utilizada em pleno Romantismo para afirmação do Nacional em oposição ao estrangeiro e ao Português.

O que postulamos aqui é a coerência desse sistema canônico brasileiro. E por coerência entendemos a integração de diferentes elementos no nível do autor, no nível da obra, no nível do contexto. A concepção formulada acerca da literatura matogrossense , parece vitalizar esses mesmos paradigmas de coerências, como uma espécie de subcânone, ou cânone menor. Para além de um olhar meramente geográfico, a produção literária produzida em Mato Grosso reflete um distanciamento e um julgamento de valor próprio.

Se o cânone nacional se estabelece por escolhas, a partir da integridade estética de julgamento e avaliação, é esse mesmo cânone que marginaliza produções literárias produzidas fora da premissa de avaliação. Isto posto, podemos pensar a condição das literaturas regionais, portanto fora do cânone, em certa medida, no anulamento de sua existência, no desconhecimento, ainda que consideremos problemas de políticas de editoras e circulação do livro e, mais preponderantemente, a condição econômica dos estados brasileiros. Não por acaso, as literaturas esquecidas são de estados mais pobres economicamente. Se abordar o cânone implica numa consciência econômica e cultural, consolidadas em complexo processo histórico que faz e fez a diferença entre os estados brasileiros, parece que impera em maior medida a questão do valor estético da obra. Assim se configura o cânone: Nacional por subtração, como diria Roberto Schwarz. O que faz pensar a insignificância considerável da produção de regiões como Norte e Centro Oeste, por exemplo, que não conseguiram produzir sequer um gênio da cultura, durante mais de duzentos anos de existência; e, por isso, sequer há uma obra que faça valer a presença no cânone nacional. Esse fenômeno é no mínimo interessante. A genialidade brasileira está circunscrita, assim como a literatura nacional.

Contudo, a literatura mato-grossense existe dentro de um limite possível de significação, à margem, com expressivo número de produção em prosa e verso. Na margem essas produções parecem articular/configurar em grande medida o processo histórico regional, seja pelo uso da língua na variação linguística de ordem regional, seja pelas imagens da cultura como identidade e diferença, seja pela visão do mundo à margem.

Muitos escritores publicaram seus livros a partir do início do século XX em Mato Grosso. Essa produção está sistematizada e organizada em períodos literários por historiografias regionais, publicadas a partir da década de 70 em Mato Grosso.

Esses trabalhos analisam na perspectiva diacrônica o fenômeno literário em Mato Grosso em relação ao centro, em relação à literatura brasileira. Mais que isso, constituem-se em subsistema de avaliação, que propõe a sistematização de outro cânone, ou ainda, um cânone menor, um cânone da margem, cuja perspectiva de avaliação e integração, é sempre a margem em relação ao centro. É certo que as produções literárias de Mato Grosso, até a primeira metade do século XX, não conseguiram se integrar ao cânone nacional, mesmo tendo ocupado um papel de destaque nas transformações culturais do Estado, constituindo-se indicadores do processo de formação da cultura, da história e da identidade brasileira nesta região.

 

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